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Infanto_Juvenil-->O PINTOR MÁGICO -- 24/07/2004 - 18:33 (ADELMARIO SAMPAIO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O PINTOR MÁGICO



Ele amava seus pinceis, telas e tintas. A pintura era o seu mundo. E quando brincava, era nesse mundo que brincava. E era também nesse mundo da pintura que fazia as suas viagens, e tinha as suas aventuras.
E assim, viajava de um a outro quadro, como num passe de mágica. Passava de um castelo a uma rua deserta, e via os mistérios de um, e tinha medo no outro... Cavalgava um cavalo no céu, ou um peixe no fundo do mar, sentindo no rosto o vento ou a água...
Um dia pintou no quadro novo, uma lagoa ao fundo, e em primeiro plano, um sapo num dos cantos. Aí, encantou seu coração com essa viagem, e alegrou mais a aventura quando pintou no céu, um por do sol de colorido diferente.
E cansado, dormiu, passando de um a outro sonho...
Acordou um pouco mais tarde com preguiça, e virou-se para ver o quadro que havia pintado, e levou o maior susto. Tinha certeza de que tinha pintado o sapinho no conto da tela. Absoluta. Mas ele não estava lá. Quis ter certeza se não estava sonhando, mas viu que não. Estava acordado, e muito bem acordado.
Mas não dava para entender o que acontecia. Devia ser brincadeira de alguns dos personagens de outros quadros... No mundo encantado da pintura, tudo podia acontecer... Mas não dessa vez, porque não estava de brincadeira com ninguém. Não estava em nenhum quadro, como costumava ficar, mas no seu quarto, na sua cama, acordado, e totalmente consciente de tudo à sua volta, e sabia com certeza, que o quadro que tinha pintado a pouco tempo, tinha um sapinho bem, no canto, que se destacava, por ser a figura principal da pintura.
Levantou de um salto, e como se representasse para outras pessoas, acendeu teatralmente mais luzes, apalpou o corpo, olhou o calendário, também o relógio, e tudo estava normal. Anormal mesmo, só o quadro sem o sapinho colorido.
E mais uma vez, se perguntou o que estava acontecendo, e não tinha respostas para suas perguntas por mais que as fizesse.
Vamos com calma, pensou. Vamos recapitular tudo o que havia acontecido com certeza... Pintara um quadro, certo?... Uma lagoa com um por de sol de colorido diferente, certo?... Nem precisava responder, porque tudo isso, estava diante dos seus olhos.
Agora, com mais calma ainda... Pintara um sapinho colorido, que não tinha nem sinal, mas as tintas diferentes e os pincéis ainda sujos, estavam ali diante do seu nariz, como prova... Mas cadê o sapinho?... Um sapinho diferente de todos os outros, porque tinha listras como de zebra, mas das cores de uma cobra coral... E cadê o sapinho?!...
Ouviu um barulho. Algo se mexia dentro do quarto. Devia ser quem fez a brincadeira enquanto dormia... Olhou ao redor, mas não sabia de onde vinha o som. Alguém devia estar escondido dentro do quarto, mas não sabia onde.
Ouviu novamente. Apurou os ouvidos, e olhou ao redor, e não viu nada que denunciasse um intruso. Não parecia ser barulho de uma pessoas. Era algo menor. Procurou mais uma vez, e não descobriu nada.
Sentou-se e esperou. Estava dentro do tênis... Não, não estava. olhou debaixo da cama, e nada. Teve um pouco de medo, e por pouco não chamou alguém da casa.
De repente, viu um vulto passar diante dos seus olhos, e cair do outro lado. Saiu procurando, e logo encontrou. Era ele com certeza. Listrado como uma zebra, mas com listras todas coloridas como um arco-íris. Era lindo... Os olhos eram vivos, e pareciam de um amigo. As listras brilhavam como tinha pensado pintar, e não conseguira.
Estendeu a mão, e o animalzinho subiu nela. Ficou olhando admirado com o que via. O bichinho passeava pela sua mão, como que sabendo da sua beleza.
A porta do quarto se abriu de repente, e o menino escondeu a mão às costas.
_ Que está acontecendo, filho?...
_ Na... nada!... – gaguejou sem graça.
_ Que é que está escondendo?...
_ Nada... Não é nada...
_ Deixe ver a mão!...
_ Um sapinho, - disse mostrando.
_ Um brinquedo? Por que é que esconde?
Antes mesmo de responder, o animal pulou da mão, e a mãe deu um grito de pavor. Tinha horror a sapos.
_ Socorro!... Ai, socorro, um sapo!... – gritava a todos pulmões, tentando subir desesperada nos móveis.
Um instante depois, todos da casa estavam no quarto.
_ Que houve!?... Que é que está acontecendo aqui?!... – perguntou a avó.
O menino calmamente, apontou o bichinho:
_ Um sapinho... É o meu sapinho...
_ Tire isso daqui urgente!... – gritava a mãe histérica.
_ Mas um sapinho não é motivo para tanto barulho!... – disse a avó. – Saiam todos que eu cuido disso.
Piscou um olho para o neto e disse fingindo-se irritada:
_ Onde já se viu trazer um sapo pra dentro de casa!... Andem, saiam, saiam!...
Assim que todos saíram, ela perguntou:
_ Onde arranjou essa coisinha linda, filho?... Como é bonito!... Parece até que foi pintado por um artista!...
_ Fui eu quem pintou, mas ele saiu do quadro...
A avó piscou de novo o olho, e disse:
_ Mas o meu pintor é muito esperto, mesmo!... Porque é que ele não coloca de novo no quadro, e combina com ele, de sair, só quando você quiser?...

No outro dia, a mãe entrou no quarto do menino, e viu o quadro novo.
_ Você pintou um sapinho igual ao de ontem, filho?!... Você é mesmo um artista!... Ele está tão bem feito, que até tenho um pouquinho de medo!... Mas ficou muito lindo!...
A mulher beijou o filho e saiu. Assim que virou as costas, ele trancou a porta, e disse:
_ Pula aqui na minha mão, amigo!...
O sapinho pulou...
**
Adelmario Sampaio
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